quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sonhando com Maria Clara Luchetti Bingemer

Faço destas palavras, as minhas palavras:

 
 

"Sou
uma pessoa sonhadora por definição. Gosto de sonhar, desejar, imaginar bem alto aquilo que gostaria que fosse. Isso porque faz parte integrante da minha fé a convicção de que a realidade não é apenas o que é, mas também e sobretudo aquilo que poderia ser. Por isso sonho a respeito de tudo. O primeiro sonho é a respeito de minha família. Sonho com uma família grande (...).

Quanto ao que faço, ([o que quero fazer]), ou seja, ensinar e formar outras pessoas na teologia e na espiritualidade, sonho com uma Igreja onde todos, sacerdotes, religiosos e leigos trabalhem juntos sem lutas de poder ou mesquinharias que entravam o pensar grande e o voar alto. Sonho com uma Igreja aberta e à escuta do povo, de seus desejos e aspirações. Sonho com uma Igreja onde os jovens , os pobres se sintam à vontade e não discriminados e julgados. Onde as mulheres se sintam valorizadas e acolhidas em pé de igualdade e na riqueza de sua diferença.

Por isso trabalho com e para os leigos. Por isso creio nas mulheres. Por isso invisto meu tempo formando a eles e a elas, encorajando-os a uns e a outras para serem interlocutores de uma Igreja que precisa deles.

Quanto à teologia que faço, não acredito nela a não ser em diálogo com as outras disciplinas e outras áreas do saber. Por isso sonho com a teologia tendo plena cidadania na universidade, na mídia e em todos os palanques da sociedade de hoje, em todos os novos areópagos, como diz o Papa João Paulo II em sua encíclica Redemptoris Missio. Sonho com uma teologia que ensina e aprende com a literatura, com a psicologia, com a filosofia, com as ciências exatas: a física, a matemática; com as ciências sociais: o direito e a economia. Sonho com uma reflexão teológica que seja um prazer para qualquer pessoa que a tome para ler e não um aborrecido arrazoado que ninguém consegue apreciar nem muito menos entender. Sonho, enfim, que o Cristianismo possa ser saboreado e degustado com prazer e que toda a sua beleza possa ser comunicada e vivida para que Deus seja tudo em todos". [grifo meu].


 

* Maria Clara Lucchetti Bingemer, teóloga, professora e decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio.


 

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Estava e eu ainda não saí de uma grande tempestade
até literalmente
Sei que foi eu mesma quem se meteu nesta enxurrada toda
por isso, tanto tempo sem escrever
Sei, também, que não tenho leitores fiéis,
nem leitores tenho
Mas a escrita é quase um dever para mim,
como Adélia Prado digo: Ao escolher palavras... Já respiro melhor".

Estou de volta :)

Obrigada pelas sinceras críticas que ouvi, tentarei ser mais objetiva, Thiago e Jonathan (colegas de Teologia) e escrever menos para mim, como num diário, e mais para os outros.



Parabéns Prof!!!
Doutora em Lingua Portuguesa!
Arrazou :) Dia 12 de abril:
defesa de Doutorado


Amei a frase da Adélia Prado:


"Ao escolher palavras com que narrar minha angústia,
eu já respiro melhor.
A uns Deus os quer doentes a outros escrevendo".
Quero seguir mais ou menos seus passos, caros professores, obrigada por tudo, incentivo e carinho.
Aliás, devo muito a agradecer a todos os meus professores, em especial ao Delambre, prof. Adalberto e prof. Osvaldo que somado a dra Celeste tem me auxiliado e apoiado meu sonho com a Teopoética.
Merci Beaucoup

Tout ensemble et mistúrer

Em homenagem ao blog :)

O Rio descongelando?

Choveu muito aqui no rio e inundaram as ruas da cidade, carros pequenos não passam nos pequenos lagos que se formaram e os grandes se estacionam impossiblitados de passarem por cima destes menores que obrigatoriamente são lavados.
Os trabalhadores (e trabalhadoras) já cansados de uma longa jornada, pessoas vindo de todo lugar "congelam-se" nos ônibus, mas mesmo assim os cariocas festejam e dizem "poderia estar pior, não adianta lamentar o jeito é dormir aqui mesmo e aproveitar o momento" :)

Mas a chuva não para, parece que os 40 graus Celsius duplicou sua ação ao ponto de descongelar gelos invísiveis sobre o nosso céu... E Rios de águia entrando no ônibus.
Uma mulher diz: "-A água está subindo!". Outra passageira responde: "-E subindo a 'bessa' né?

E assim passamos a madrugada de terça-feira a observar o Rio que desde que fora criado em nada foi reurbanizado, e se foi (ignorante sou) de nada isso adiantou.

Passagem do Rio Maracanã virou rua. A impressão que tive foi exatamente esta: estávamos no percurso natural do Rio Maracanã.