domingo, 17 de abril de 2011

Poema Esquisito- Adélia Prado (vovó=)

POEMA ESQUISITO

Dói-me a cabeça aos trinta e nove anos.
Não é hábito. É rarissimamente que ela dói.
Ninguém tem culpa. Meu pai, minha mãe descansaram seus fardos,
não existe mais o modo
de eles terem seus olhos sobre mim.
Mãe, ô mãe, ô pai, meu pai. Onde estão escondidos?
É dentro de mim que eles estão.
Não fiz mausoléu pra eles, pus os dois no chão.
Nasceu lá, porque quis, um pé de saudade roxa,
que abunda nos cemitérios.
Quem plantou foi o vento, a água da chuva.
Quem vai matar é o sol.
Passou finados não fui lá, aniversário também não.
Pra quê, se pra chorar qualquer lugar me cabe?
É de tanto lembrá-los que eu não vou.
Ôôôô pai
Ôôôô mãe
Dentro de mim eles respondem
tenazes e duros
porque o zelo do espírito é sem meiguices:
Ôôôôi fia.

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Mote: Vida X Morte
Saudades

VOCABULÁRIO:
- Mausoléu: Sepulcro suntuoso.


O tempo passa (Velocidade Média igual a Delta S sobre Delta T)

O tempo existe

As vezes amigo

Muitas vezes, irmão

Mas constante? Não!


O tempo final

Após uma freada brusca

Também cruel

Além de ser o tempo real

Não agrada por seu fel

Apesar de ser este o tempo mais fiel


Já o tempo inicial

Com velocidade crescente

Sempre envolve a gente


Mas a distância sob (sobre) a velocidade

Equidade é o tempo


Ou seja,

A distância é dividida à velocidade,

E assim, iguala-se ao tempo,

Que é como o vento

Passa e você nem sente

E quando sente é bem presente.

Bons Amigos (Machado de Assis)